Já que o jetleg não me deixa dormir (estou ainda com a hora de NY - 6 h menos do que Genebra), vamos lá então responder ao apelo do Zé Pedro e "postar" qualquer coisa.

Em tempo de crise nada melhor do que fazer uns comentários sobre a Suiça para animar a alma lusa. Nada como uma boa comparação para nos fazer sentir bem e devo dizer que com a Suiça ganhamos facilmente. É isso mesmo ! contrariamente aos mitos que correm por esse globo fora isto aqui não é a terra da organização e eficácia. Pelo contrário, de todos os povos e países onde já vivi, incluindo PT, é o sitio onde o dia a dia é mais difícil e complicado. Estes "mamíferos" são altamente desorganizados e ineficientes. Os horários do comércio são incompatíveis com as necessidades básicas do dia a dia, não há variedade e oferta, existem apenas 2 cadeias de supermercados (lembra PT há 30 anos quando só havia o Continente e o Pão d´Açúcar), a noção de "prazo" é inexistente, a falta de profissionalismo é um sintoma generalizado, etc, etc. E pior que tudo, não consegui ainda encontrar a Heidi ! Já rebusquei os Alpes de ponta a ponta, mas nada.

Pois é, lamento desiludir-vos mas ao pé destes amigos somos o cumulo da eficácia (qualquer alentejano será, sem dúvida alguma, o Speed Gonzalez quando comparado com um suiço). Mais um mito que cai. Sorry. De qualquer das formas, se todos os dias somos surpreendidos por noticas de abalos sismicos em instituições que nos habituámos a ter como referências de estabilidade e solidez (atenção pessoal dos bancos...) também devem aguentar o choque de descobrir que os suiços afinal não são assim tão competentes. O Mundo está de facto a ficar um sitio perigoso.

Perguntam-me então qual a razão da riqueza deles e da nossa (relativa) indigência. A razão está relacionada com os nichos de mercado, principalmente na parte alemã da Suíça, que estes "mamiferos" conseguem explorar e manter (relojoaria, maquinaria para industria, nanotecnologia, medicamentos e claro a banca). O facto do IVA ser 7,6% e a centralidade geografia do país não são obviamente elementos despicientes na capacidade de atracção do investimento. Acresce que não consomem (o que quer que seja). Trata-se de uma enorme frugalidade, alicerçada na forte herança calvinista, que faz com que precisem de muito pouco para se sentirem bem. Mesmo muito, muito, muito pouco !!


Vou terminar esperando, entretanto, que nenhum de vocês tenha um primo na Suiça e que ninguém da Embaixada Suíça em Lisboa, nascido em 66, goste de ver blogues...

Espero ter contribuído para encararem a semana que aí vem com mais força e determinação. Afinal não somos assim tão maus. Trust my word !